Ato de Tomada de Posse

Prof. Doutor Agustín García Asuero , novo Académico Correspondente da Academia de Ciências Farmacêuticas de Portugal 
 

O Prof. Agustin Garcia Asuero, Prof. Catedrático da Universidade de Granada, Espanha, e Presidente da Academia Ibero Americana de Farmácia, ingressará como membro Académico Correspondente da Academia de Ciências Farmacêuticas de Portugal. O Ato publico de Tomada de Posse terá lugar no próximo dia 28 de setembro de 2024, integrado na cerimónia do Ato Solene de Inicio de Atividade 2024, pelas 16, 00 horas.
 

O Prof. Doutor Prof. Doutor Agustin Garcia Asuero é o segundo Académico Correspondente estrangeiro desta Academia, depois do Prof. António Doadrio Villarejo, Presidente da Real Academia Nacional de Farmácia e Prof. Catedrático da Universidade Complutense de Madrid, no ano de 2022.

Cerimónia do Ato Solene 2024

A Academia de Ciências Farmacêuticas de Portugal celebrará no próximo dia 14 de dezembro de 2024, pelas 16,00 horas, o seu Ato Solene de Inicio de Atividade 2025. 

 
Este Ato solene incluirá o Ato de Tomada de Posse como Académico Correspondente desta Academia, do Prof. Doutor Agustín Garcia Asuero, da Universidade de Sevilha, Espanha, e presidente da Academia Iberoamericana de Farmácia.

O evento decorrerá nas instalações – sede da Academia, à Rua António Cândido, 154, Porto, com transmissão em simultâneo através do Canal ACFP (https://www.acfarmaceuticas.pt/canal-acfp).

Seminários ACFP 2024 – “O Desenvolvimento de Vacinas”

As pandemias exigem frequentemente o desenvolvimento rápido de vacinas para travar a propagação da doença e salvar vidas. Esse desenvolvimento durante o decurso duma pandemia é um processo complexo que envolve vários desafios.

O tema das vacinas pode ser abordado como o grande triunfo da imunologia. Introduzir-se-á as categorias de vacinas, os requisitos para uma vacina eficaz, incluindo as respostas por linfócitos B e T apropriadas, o papel dos adjuvantes e dos interferões. Abordar-se-á o impacto das vias de administração e de outros fatores que determinem imunogenicidade ou tolerância aos antigénios, bem como, algumas características das respostas imunológicas em idades extremas que condicionem a resposta à vacinação.

Ora, o desenvolvimento de vacinas eficazes para prevenir infeções e doenças virais, para além do conhecimento de quais os mecanismos da resposta imunológica que são necessários desencadear, impõe o conhecimento do vírus, de como ele se replica e como se processam as interações vírus-hospedeiro. Só com esse conhecimento prévio se encontram os melhores antigénios vacinais.

Citando Crank e colaboradores (Science 2019; doi: 10.1126/science.aav9033): “Technologies thatdefine the atomic-level structure of neutralization-sensitive epitopes on viral surface proteins are transforming vaccinology and guiding new vaccine development approaches”. 

Tendo por base este facto, propõem-se a discussão de dois exemplos de vírus para os quais o sucesso no desenvolvimento de vacinas eficazes foi totalmente antagónico: Por um lado, o vírus sincicial respiratório (denominação oficial: RSV de respiratory syncytial virus), para o qual foi possível desenhar uma vacina tendo por base os conhecimentos da estrutura proteica da proteína viral fundamental para o início do ciclo replicativo do vírus; Por outro, o vírus da imunodeficiência humana (denominação oficial: HIV de human immunodeficiency virus), que depois de quatro décadas de inúmeros estudos e milhões de euros investidos, ainda não se descobriu qual o melhor antigénio a usar para induzir uma resposta imunológica capaz de neutralizar o poder infecioso do vírus.

Com estes dois exemplos espera-se contribuir para perspetivar a complexidade das infeções virais e realçar os inúmeros fatores que tornam o desenvolvimento de vacinas antivirais uma tarefa desafiante e não raras vezes difícil.

A COVID-19, causada por um novo coronavírus identificado pela primeira vez em Wuhan, China (SARS-CoV-2), reconhecida como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no dia 11 de março de 2020, causou um aumento muito significativo de hospitalizações por pneumonia e falência multiorgânica, colocando uma pressão, sem precedentes, sobre os sistemas de saúde em todo o mundo.

O contexto de pandemia e de emergência global reforçou a urgência do desenvolvimento de vacinas para esta doença, num esforço de convergência sem precedentes da comunidade científica global.

Portugal iniciou a preparação do plano de vacinação contra a COVID-19 durante a primeira vaga registada entre março e julho de 2020, sempre no contexto de coordenação de esforços com a União Europeia. A TaskForce para a elaboração do «Plano de vacinação contra a COVID-19 em Portugal», teve como objetivo garantir a coerência e execução do Plano e coordenar o trabalho já realizado, entre todas as entidades envolvidas no sucesso desta operação, bem como a articulação com as Regiões Autónomas e auscultação de organismos relevantes. O planeamento incluía a estratégia de vacinação, assegurando a logística do armazenamento e distribuição das vacinas, garantindo o registo eletrónico da respetiva administração e da vigilância de eventuais reações adversas e promovendo uma comunicação transparente com a população sobre a importância da vacinação.

Os desafios relacionados com as operações logísticas das vacinas, pela sua complexidade em termos de manuseamento e estabilidade reduzida, foram relevantes para o bom termo de todo o processo.

Portugal foi o primeiro país do mundo a atingir a meta dos 85% da população vacinada contra a COVID-19, tendo-se constituído com um país de referência neste âmbito. Já na sexta fase de vacinação, Portugal continua a apresentar elevadas taxas de cobertura vacinal, graças a um dispositivo coordenado pela TaskForce que planeia e monitoriza o processo de vacinação, em apoio ao Ministério da Saúde.

A TaskForce, com coordenação militar, permitiu “colar” todas as Entidades do Ministério da Saúde em Portugal, de forma a materializar um plano com um modelo de governação muito bem definido e estruturado, constituindo-se como um exemplo na eficiência do processo de vacinação (ver figura). Os pilares base que serviram de chave para o sucesso de todo o processo foram uma Organização de planeamento centralizado e execução descentralizada, uma Comunicação Interna e Externa robusta e próxima dos OCS e de todos os intervenientes do processo e uma Liderança capaz de conduzir todo o planeamento e execução do plano de vacinação.